Questões Vol 5 - Doenças benignas e Malignas do Colo, do Corpo do Útero, da Vúlva e da Vagina Flashcards

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – SP 1 – O aspecto colposcópico epitélio acetobranco resulta de: a) Diferenciação das células glandulares por ação viral. b) Proliferação celular por metaplasia ou por ação viral. c) Maturação típica de camadas parabasais e basais. d) Hiperplasia glandular típica da junção escamocolunar. e) Estímulo viral sobre a derme do epitélio glandular.

A

O epitélio acetobranco é uma área espessa do epitélio do colo uterino que se torna esbranquiçada após a aplicação de ácido acético. Isto é resultado da coagulação das proteínas citoplasmáticas do epitélio alterado, que pode ocorrer devido à ação viral ou a proliferação celular por metaplasia e demonstram imaturidade celular. Não tem relação com células glandulares ou mesmo com a camada parabasal. Resposta: letra B.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RP DA USP – SP 2 – Você é o médico de família de uma unidade de saúde e atende uma adolescente de 11 anos que teve a menarca há 2 meses. A mesma não apresenta doenças e nem vícios. Os exames físicos geral e segmentar estão normais. A adolescente te pede orientações sobre a vacina contra o HPV. Qual alternativa apresenta a melhor orientação sobre a vacina contra HPV administrada pelo Ministério da Saúde Brasileiro? a) A vacina utilizada é a equivalente e, na rede pública de saúde, será administrada com intervalo de 0, 2 e 6 meses. b) A vacina utilizada é a bivalente e, na rede pública de saúde, será administrada com intervalo de 0, 6 e 5 anos. c) A vacina contra HPV está associada a uma redução de mais de 90% na mortalidade por câncer de colo uterino. d) A presença de lesão por HPV não é uma contraindicação à administração da vacina contra HPV.

A

Desde o ano de 2014, a vacina contra o HPV passou a ser disponibilizada pelo Ministério da Saúde para meninas entre 9 e 13 anos. A vacina usada é a vacina quadrivalente, contra o HPV 6, 11, 16 e 18. Quando a vacina foi introduzida, a recomendação era de que seriam feitas 3 doses (esquema 0, 6 e 60 meses). Porém, desde o início de 2016 esta recomendação foi modificada e o Ministério vem recomendando que sejam feitas apenas 2 doses (esquema 0 e 6 meses). A vacina também é disponibilizada para as meninas e mulheres infectadas pelo HIV, mas neste caso a faixa etária contemplada vai até 26 anos e são recomendadas 3 doses. O grande objetivo da vacina é a redução no número de casos de câncer relacionados ao HPV. Um estudo feito no Brasil em 2007 estima que a vacinação de 70% das meninas contra o HPV antes dos 12 anos, combinado com ao menos três Papanicolau em mulheres de 35 a 45 anos, preveniria 100.000 novos casos de câncer invasor, reduzindo o risco de câncer na vida das mulheres em 61%. A vacina não deve ser administrada em gestantes e em pacientes com hipersensibilidade conhecida à vacina. Por fim, a presença de lesões condilomatosas não impõe qualquer restrição. Resposta: letra D.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – SP 3 – Paciente de 61 anos, com menopausa aos 52, foi diagnosticada com câncer do endométrio e submetida a tratamento cirúrgico. O exame anatomopatológico revelou adenocarcinoma endometrioide do tipo G1. Diante desse diagnóstico, assinale a alternativa CORRETA: a) Trata-se de tumor de prognóstico muito ruim e a paciente deve, obrigatoriamente, fazer quimioterapia e radioterapia complementar. b) Trata-se de tumor com prognóstico melhor que o de células claras. c) O prognóstico é semelhante ao carcinoma escamoso. d) É o tumor típico de mulheres na pré-menopausa e seu achado nesta faixa etária piora o prognóstico. e) Como é do tipo G1, o crescimento sólido é de mais de 50%.

A

A questão descreve uma paciente de 61 anos, com menopausa aos 52 anos, e que apresenta o diagnóstico de adenocarcinoma endometrioide grau 1. Vamos analisar as afirmativas: Letra A: errada. De acordo com a classificação por graus histológicos do câncer de endométrio, o grau 1 é considerado bem diferenciado e de melhor prognóstico em comparação com os graus 2 e 3. Letra B: certa. O adenocarcinoma endometrioide é o mais comum e de melhor prognóstico. Já o carcinoma de células claras é bastante agressivo, apresentando prognóstico reservado. Letra C: errada. Da mesma forma que na afirmativa anterior, o prognóstico do adenocarcinoma endometrioide é melhor do que o carcinoma escamoso. Letra D: errada. O tumor endometrioide (Tipo I) acomete mulheres mais jovens, na perimenopausa, com história de exposição estrogênica sem a oposição da progesterona. A paciente está na faixa etária comum de surgimento desse câncer, o que não piora o seu prognóstico. Letra E: errada. O subtipo G1 apresenta padrão de crescimento de células indiferenciadas ≤ 5%. Resposta: letra B.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – SP 4 – Na epidemiologia do câncer do endométrio, são considerados fatores de risco as seguintes situações: a) Nuliparidade, obesidade, diabetes e hipertensão arterial. b) Tabagismo, início precoce de atividade sexual e hipertensão arterial. c) Início precoce de atividade sexual, multiparidade e baixo padrão socioeconômico. d) Multiparidade, tabagismo, diabetes e uso de antibióticos. e) Uso de anticoncepcionais hormonais, nuliparidade e promiscuidade sexual.

A

Os principais fatores de risco para o câncer de endométrio são: raça branca, idade (pico de incidência entre a quinta e a sexta década de vida), antecedentes familiares, alto nível socioeconômico, nuliparidade, menarca precoce, menopausa tardia, obesidade, diabetes mellitus, estrogenoterapia sem oposição, tratamento com tamoxifeno, hiperplasia endometrial atípica, infertilidade, ciclos anovulatórios e síndrome de câncer colorretal hereditário sem polipose. A hipertensão arterial era considerada um fator de risco, mas muitos autores consideram que ela é um fator de confusão com o diabetes e a obesidade, não possuindo risco isoladamente. O tabagismo e o uso de anticoncepcionais são fatores de proteção para o câncer de endométrio, enquanto o início precoce da atividade sexual, o uso de antibióticos e a promiscuidade sexual não interferem neste tipo de câncer. Apesar da polêmica em relação a hipertensão arterial como fator de risco para o câncer de endométrio, a letra A é a melhor opção de resposta. Resposta: letra A.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – RJ 5 – Mulher com 25 anos, gesta 0, foi diagnosticada com câncer invasor de colo uterino Estádio Ia1 sem invasão vascular. O tratamento indicado é: a) Cirurgia de Wertheim-Meigs. b) Histerectomia tipo I com dissecção de linfonodos pélvicos. c) Histerectomia tipo II. d) Conização.

A

Questão simples. Temos uma paciente jovem com câncer microinvasor de colo de útero (Ia1) sem invasão vascular e que ainda não gestou. Desta forma, precisamos de uma conduta conservadora como a conização para manter a possibilidade de reprodução da paciente. A histerectomia do tipo I estaria indicada para pacientes sem desejo reprodutivo ou caso houvesse invasão do espaço vascular linfático; a histerectomia tipo II é indicada para o estadiamento Ia2 e a cirurgia de Wertheim-Meigs está indicada para o estadiamento Ib e IIa. Resposta: letra D.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – RJ 6 – Mulher de 45 anos apresenta quadro de hemorragia uterina anormal. Exame físico: normal, somente evidenciando sangramento fluindo do colo uterino. Foi solicitado ultrassonografia que visualizou endométrio espessado de 14 mm. Após histeroscopia com biópsia, foi diagnosticado hiperplasia adenomatosa sem atipia. O tratamento mais adequado é: a) Estrogênios conjugados equinos. b) Dispositivo intrauterino com levonorgestrel. c) Dispositivo intrauterino com cobre. d) Estrogênios naturais (17-beta estradiol).

A

Uma paciente de 45 anos, com quadro de sangramento uterino anormal, apresenta endométrio espessado na ultrassonografia e o histopatológico após biópsia dirigida foi de hiperplasia adenomatosa sem atipia. Sabemos que nestes casos a presença de câncer é baixa, em torno de 1%. Portanto, admite-se o uso de progestógenos para controle do crescimento endometrial e sangramento uterino anormal, a partir da decidualização do endométrio. Vale lembrar que a fisiopatologia desta hiperplasia está relacionada com os níveis de estrogênios constantes, sem oposição da progesterona, comumente relacionada a ciclos anovulatórios. E por fim, o DIU de cobre não faz parte do tratamento da hiperplasia endometrial. Resposta: letra B.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – RJ 7 – Paciente de 25 anos comparece à consulta com resultado de preventivo evidenciando metaplasia escamosa. A conduta adotada é: a) Conização clássica. b) Colposcopia e biópsia. c) Cirurgia de alta frequência. d) Acompanhamento citológico de rotina.

A

A metaplasia escamosa é um processo fisiológico de transformação do epitélio colunar em escamoso, que origina uma “nova junção escamocolunar” (JEC). Nesse processo, a nova JEC “desloca” a JEC primitiva para dentro do canal endocervical, resultando na exteriorização dessa nova JEC. Como a metaplasia escamosa é um processo fisiológico e comum em mulheres no menacme, a sua presença em um esfregaço de papanicolau ou no laudo de biópsia do colo uterino não indica nenhum tipo de tratamento ou de cuidado especial. A paciente deve fazer o acompanhamento citológico de rotina. Resposta: letra D.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO – RJ 8 – Paciente queixa-se de prurido vulvar iniciado há cinco anos. Ao exame, observa-se mancha hipocrômica extensa acometendo face interna dos lábios maiores e apagamento dos lábios menores, com lesão ulcerada próxima ao clitóris. A hipótese diagnóstica e conduta imediata são: a) Sífilis / Administrar penicilina benzatina. b) Herpes genital / Aplicar aciclovir. c) Câncer de vulva / Realizar biópsia da lesão. d) Donovanose / Prescrever vibramicina. e) Doença de Behçet / Tratar com corticoide.

A

Apesar do enunciado não informar a idade da paciente, o quadro clínico apresentado no enunciado é sugestivo de câncer de vulva. Este tipo de câncer tem como queixa mais comum o prurido vulvar, presente em cerca de 70% dos casos, e pode se apresentar de formas bastante variadas, desde lesões em forma de placas brancas a lesões hipertróficas que podem causar retração do introito vaginal. As localizações mais comuns são os lábios menores, os lábios maiores e o clitóris, áreas acometidas pelo caso clínico descrito. Para confirmar o diagnóstico, é necessária a realização de biópsia com estudo histopatológico da lesão. A resposta está na letra C. Avaliando as outras afirmativas, o cancro duro da sífilis primária é uma lesão ulcerada única e assintomática, enquanto a donovanose é caracterizada pela presença do pseudo-bubão associado a úlceras friáveis. O herpes genital consiste em lesões vesiculares que evoluem para úlceras rasas e dolorosas e a doença de Behçet é uma vasculite inflamatória rara, associada à recorrência de úlceras orais e genitais, profundas, dolorosas e recidivantes. Resposta: letra C.

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RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RJ 9 – Gestante de 28 semanas de gravidez com citologia oncótica, revelando lesão intraepitelial de alto grau, está indicado (a): a) Excisão da zona de transformação. b) Curetagem endocervical. c) Interrupção da gestação. d) Conização cervical. e) Colposcopia.

A

As gestantes com citologia oncótica que apresentam lesão intraepitelial de alto grau (LSIL) devem ser encaminhadas à colposcopia, que pode ser realizada em qualquer época da gestação. A biópsia pode ser realizada com segurança, não havendo risco de eventos adversos sobre a gestação, existindo apenas maior probabilidade de sangramento. No entanto, estas lesões possuem mínimo risco de progressão para invasão durante a gravidez e algum potencial de regressão após o parto, o que justifica a realização de biópsia apenas se a colposcopia apresentar achados sugestivos de invasão. Caso contrário, recomenda-se uma nova citologia em 90 dias após o parto. Os procedimentos excisionais, quando realizados nesse período, aumentam risco de abortamento, parto prematuro e frequentemente apresentam complicações como sangramento excessivo, devendo ser evitados sem uma clara justificativa. Resposta: letra E.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE RIO DE JANEIRO – RJ 10 – Segundo o Ministério da Saúde, a prevenção do câncer do colo uterino envolve os seguintes cuidados e etapas: a) Coleta de material apenas da ecto e endocérvice. b) Abstinência sexual por cinco dias antes da realização da colpocitologia. c) Aplicação de ácido acético sobre a cérvice antes da coleta da colpocitologia. d) Indicação de colposcopia em todas as pacientes que apresentarem mácula rubra ao exame ginecológico.

A

Segundo o Ministério da Saúde, a coleta do material deve ser realizada na ectocérvice e na endocérvice, em lâmina única. A presença de células metaplásicas ou células endocervicais na amostra são representativas da Junção Escamocolunar (JEC). Para garantir boa representação celular do epitélio do colo do útero, o exame citopatológico deve conter amostra do canal cervical, preferencialmente, coletada com escova apropriada, e da ectocérvice, coletada com espátula tipo ponta longa. A resposta está na letra A. Avaliando as outras alternativas, a recomendação de abstinência sexual prévia ao exame só é justificada quando são utilizados preservativos com lubrificante ou espermicidas. Na prática, a presença de espermatozoides não compromete a avaliação microscópica. O ácido acético deve ser aplicado antes da colposcopia (e não como rotina na coleta citopatológica). A colposcopia não está indicada nas pacientes com mácula rubra, que é uma alteração benigna e fisiológica. Resposta: letra A.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – SP 11 – O carcinoma espinocelular corresponde a menos de 20% dos carcinomas de vulva, porque o carcinoma de vulva mais prevalente é o adenocarcinoma. a) As duas assertivas estão incorretas. b) A primeira assertiva está correta e a segunda está incorreta. c) A primeira assertiva está incorreta e a segunda está correta. d) As duas assertivas estão corretas e a segunda não justifica a primeira. e) As duas assertivas estão corretas e a segunda justifica a primeira.

A

O carcinoma de células escamosas é o tipo histológico mais frequente do câncer de vulva, pois incide em cerca de 90% dos casos. O melanoma é o segundo tipo mais frequente, incidindo em 2 a 4% dos tumores malignos da vulva. Resposta: letra A.

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Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – SP 12 – A.M.B., 33 anos, nuligesta após conização por lesão escamosa de alto grau, localizada no canal endocervical. O exame histopatológico mostrou margem cirúrgica comprometida. A conduta é: a) Citologia e colposcopia. b) Curetagem do canal. c) Nova conização. d) Pan-histerectomia. e) Histeroscopia.

A

O caso clínico do enunciado aborda uma paciente nuligesta, jovem, com lesão intraepitelial de alto grau localizada no canal endocervical, que foi submetida à conização com margem cirúrgica comprometida. As pacientes submetidas à conização com margem comprometida têm risco significativo de doença residual. Nestes casos, está indicada nova abordagem excisional. Como a paciente é jovem e nulípara, está indicada nova conização. Resposta: letra C.

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13
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – SP 13 – Mulher de 20 anos, G1P0, 36 semanas de idade gestacional, chega à consulta do Projeto Nascer referindo aparecimento de uma lesão verrucosa crescente em região vulvar, sem tratamento pelo ginecologista da UBS. A paciente refere dificuldade de deambulação. Biópsia do local mostra células sem características de malignidade, com vacúolos citoplasmáticos perinaviculares e núcleos de grande diâmetro. Sobre a doença clínica apresentada na imagem, assinale a opção INCORRETA:

a) Existe um risco elevado de papilomatose laríngea caso a via obstétrica seja a vaginal, devido ao tamanho e à carga viral da lesão.
b) O tratamento com imiquimode poderia ser uma ótima opção para essa paciente, com potencial regressão da lesão e possibilidade da via obstétrica.
c) A cesariana seria a melhor opção para essa paciente, pois não haveria tempo de regressão após tratamento cirúrgico com exérese da lesão.
d) A doença apresenta mais de 120 sorotipos, sendo 40 deles voltados para a região genital. O subtipo apresentado poderia ser o tipo 6 e 11.
e) A eletrocauterização não é tratamento indicado durante a gestação.

A

A questão deseja saber qual é a alternativa INCORRETA em relação a uma grávida de 20 anos, primigesta, com 36 semanas de idade gestacional e uma lesão verrucosa crescente em região vulvar, a qual corresponde a uma condilomatose vulvar volumosa, sem tratamento. Vamos analisar cada uma das alternativas para chegar à questão.

Letra A: correta, pois o parto vaginal, no caso apresentado, aumenta significativamente a possibilidade da transmissão vertical durante a passagem do canal de parto e pode ocasionar a papilomatose juvenil recorrente (papilomatose laríngea).

Letra B: incorreta, pois na gestação empregamos o ácido tricloroacético ou a retirada das lesões com eletrocautério ou bisturi a frio. O imiquimode não é utilizado na gravidez devido ao desconhecimento de sua segurança na gestação.

Letra C: correta, pois a cesariana estaria indicada neste caso, pois estamos diante de condilomas gigantes que obstruem o canal de parto. No entanto, cabe reforçar que a cesariana pode não ser totalmente protetora, pois o vírus pode ser encontrado no líquido amniótico, na secreção da nasofaringe ou no lavado gástrico de recém-nascidos que nasceram de parto cesáreo com bolsa íntegra. Já foram identificadas partículas de DNA viral em cordão umbilical e placenta.

Letra D: correta, pois existem mais de 100 subtipos descritos de HPV, mas os mais relacionados com o condiloma vulvar são o 6 e o 11.

Letra E: incorreta, pois a eletrocauterização é um dos tratamentos indicados durante a gestação, sobretudo nos casos de lesões vegetantes e múltiplas, como a encontrada na paciente em questão. Perceba, portanto, que as letras B e E são INCORRETAS. Dessa forma, a questão abriu precedente para ANULAÇÃO, mas, lamentavelmente, os recursos foram indeferidos.

O gabarito final da banca pós-recurso permaneceu a letra B.

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14
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO – SP 15 – Mulher, 45 anos, vem para consulta de rotina após a realização de uma histerectomia total abdominal por miomatose uterina e questiona ao seu médico como seria o seu seguimento com o papanicolau, já que nunca apresentou alterações nesse exame. Assinale a alternativa CORRETA sobre o acompanhamento desta paciente: a) Não há mais a necessidade do rastreio. b) O papanicolau deve ser realizado anualmente. c) O papanicolau pode ser realizado a cada 3 anos. d) É obrigatória a realização de colposcopia após a cirurgia e, sendo esta normal, a triagem com papanicolau pode ser abandonada. e) Devem ser realizados colposcopia e papanicolau anualmente.

A

Questão simples! Segundo as recomendações do Ministério da Saúde, as mulheres submetidas à histerectomia total por lesões benignas, sem história prévia de diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, podem ser excluídas do rastreamento, desde que apresentem exames anteriores normais. Como a paciente foi submetida a histerectomia por miomatose uterina, que é uma doença benigna, ela já pode parar o rastreamento para o câncer de colo de útero. Vale ressaltar que esta recomendação é apenas para a histerectomia total, já que na subtotal o colo uterino é preservado e, portanto, passível de apresentar lesões malignas. Resposta: letra A.

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15
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO – SP 14 – Mulher, 60 anos, tabagista, obesa e diabética, procurou serviço médico devido a quadro de sangramento vaginal pós-menopausa, motivo pelo qual foi realizada histeroscopia diagnóstica com biópsia de endométrio. O resultado desta foi adenocarcinoma do tipo endometrioide. Sobre o caso acima, assinale a alternativa CORRETA: a) O tipo de câncer diagnosticado é forma rara, sendo a mais prevalente em endométrio o adenocarcinoma de células claras. b) Uma característica marcante do tumor endometrioide é a presença da expressão de grande quantidade de p53. c) São fatores de risco clássicos para o câncer citado: o tabagismo, a obesidade e o diabetes. d) O uso do marcador CA-125 pode ser utilizado para avaliação da extensão desse tumor. e) Menos de 70% das mulheres apresentam como manifestação inicial do câncer de endométrio o sangramento pós-menopausa e/ou a presença de corrimento purulento.

A

Vamos analisar as afirmativas sobre o câncer de endométrio. Letra A: incorreta. O adenocarcinoma endometrioide é o mais comum, presente em torno de 80% dos casos. Os tumores de células claras são mais agressivos e presentes em mulheres mais idosas. Letra B: incorreta. A expressão do gene p53 está relacionada com os tumores de endométrio do tipo II, que não tem relação com hiperestrogenismo. Este tipo de câncer é mais comum em endométrios atróficos de pacientes mais velhas e magras. Letra C: incorreta. Pegadinha clássica! Apesar de o diabetes e a obesidade serem fatores de risco, o tabagismo é um fator de proteção para o câncer de endométrio, devido ao seu efeito antiestrogênico. Letra D: correta. O CA-125 apresenta correlação positiva com a doença em estádio avançado e doença linfonodal. Letra E: incorreta. Cerca de 90% das pacientes com câncer de endométrio apresentam corrimento vaginal ou sangramento vaginal anormal. Resposta: letra D.

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16
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – SP 16 – Mulher de 21 anos iniciou atividade sexual há um ano e, desde então, toma pílula anticoncepcional. Sua colpocitologia oncótica de rotina revelou NIC 1 e HPV. A conduta CORRETA, nesse caso, deve ser: a) A colposcopia e a biópsia do colo do útero. b) Repetir a citologia em seis meses. c) A eletrocoagulação. d) A conização.

A

Questão simples. Uma paciente apresenta uma colpocitologia oncótica com resultado NIC 1, mais modernamente chamada de LSIL (lesão intraepitelial de baixo grau), e o autor pergunta qual é a conduta. De acordo com as diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer de colo de útero, uma paciente com resultado de preventivo LSIL deve repetir o exame em 6 meses, visto que é alta a chance de regressão espontânea da lesão. A resposta está na letra B. A paciente só seria encaminhada para colposcopia caso apresentasse resultado igual ou mais grave no exame subsequente. Não há necessidade de qualquer método cirúrgico como eletrocoagulação ou conização. Resposta: letra B.

17
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – SP 17 – Assinale a alternativa CORRETA: a) O risco de adquirir verrugas genitais relacionadas ao HPV dos tipos 6 e 11 é em torno de 10%. b) O Papilomavírus Humano (HPV) dos tipos 16 e 18 está relacionado a 30% dos casos de câncer de colo de útero. c) O risco de adquirir o HPV no primeiro contato genital em indivíduos sem lesão aparente é de 1%. d) A incidência de HPV na população sexualmente ativa é de 30%, similar à da clamídia.

A

Questão sobre o Papilomavírus Humano (HPV). Vamos analisar as afirmativas: Letra A: correta. Em torno de 10% das pessoas expostas aos subtipos 6 e 11 do HPV apresentam alguma lesão benigna, como o condiloma acuminado. Letra B: errada. Os subtipos 16 e 18 estão relacionados a 70% dos casos de câncer de colo de útero. Letra C: errada. Não é possível estimar o risco de adquirir HPV no primeiro contato genital em indivíduos sem lesão aparente, variando inclusive com a população estudada. Letra D: errada. Estima-se que a prevalência do HPV na população seja em torno de 50 a 70%, muito maior que a prevalência de clamídia. Resposta: letra A.

18
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL ALVORADA – SP 18 – Paciente de 60 anos, hipertensa e diabética em tratamento, nega terapia de reposição hormonal, nega outras patologias ou medicações, vem ao consultório com queixa de sangramento vaginal há 5 dias, vermelho vivo, tipo menstruação, cólicas e dor em baixo ventre. Diante de tal caso clínico, qual exame seria o padrão-ouro da literatura para a investigação diagnóstica? a) Curetagem uterina de prova. b) Histeroscopia. c) Videolaparoscopia. d) Ultrassonografia endovaginal.

A

É abordado o quadro clínico de paciente menopausada, com fator de risco para câncer de endométrio (diabetes) e queixa de sangramento pós-menopausa. Diante do quadro, devemos excluir a hipótese de hiperplasia ou de câncer de endométrio e, atualmente, a histeroscopia com biópsia dirigida é considerada padrão-ouro para esse fim. A curetagem uterina só é escolha na ausência de histeroscopia, por ser um método cego e de valor limitado nas doenças focais. Resposta: letra B.

19
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DILSON GODINHO – MG 19 – Em relação ao câncer de vulva, os linfonodos mais frequentemente acometidos são os: a) Ilíacos externos. b) Ilíacos comuns. c) Inguinofemorais. d) Para-aórticos. e) Pélvicos.

A

Questão direta. A principal via de disseminação do câncer de vulva é linfática, por cadeias na seguinte ordem: linfonodos inguinofemorais superficiais, linfonodos inguinofemorais profundos, linfonodos ilíacos e, a partir daí, disseminação a distância. Portanto, os linfonodos mais frequentemente acometidos são os inguinofemorais. Resposta: letra C.

20
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUC – RS 20 – O tratamento do líquen escleroso da vulva tem o objetivo de prevenir: a) Alterações anatômicas e transformação maligna. b) Tricomoníase e candidíase recorrente. c) Transformação maligna e tricomoníase. d) Vaginose bacteriana e alterações anatômicas. e) Candidíase recorrente e vaginose bacteriana.

A

O enunciado deseja saber qual é o objetivo do tratamento do Líquen Escleroso (LE) vulvar. O líquen escleroso é a lesão hipocrômica esbranquiçada mais comum da vulva. Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em mulheres na pós-menopausa. Os sintomas mais característicos são prurido vulvar crônico, dispareunia e queimação. O LE caracteriza-se por perda da gordura subcutânea, gerando atrofia vulvar, com apagamento de grandes e pequenos lábios, superfície pálida, enrugada, com fissuras e escoriações. O diagnóstico é confirmado pelo estudo histopatológico da biópsia da lesão. O tratamento é realizado com esteroide tópico de alta potência, como o propionato de clobetasol. As mulheres com líquen escleroso têm maior chance de desenvolver câncer de vulva (câncer de células escamosas). Portanto, o tratamento do líquen escleroso tem como objetivo prevenir as alterações anatômicas e a transformação maligna. Resposta: letra A.